A celebração da identidade batalhense em França está a provocar discórdia no seio do executivo municipal. O 31.º Encontro de Batalhenses em Paris vai decorrer no dia 16 de Novembro e o município estará representado em Champigny-sur-Marne por três elementos, entre eles o presidente da Câmara Municipal, Raul Castro, o presidente da Junta de Freguesia da Golpilheira, José Carlos Ferraz, e um representante da Assembleia Municipal.
No entanto, os vereadores do PSD mostraram o seu desagrado pela comitiva não integrar nenhum representante da oposição, ao defenderem que esta decisão incumpre com a lei do Regime Jurídico das Autarquias Locais. Na última reunião de câmara da Batalha, na segunda-feira, a social-democrata Ana Rita Calmeiro lembrou a Lei 75/2013 e defendeu: “é obrigação do presidente da câmara fazer cumprir o estatuto da oposição, estatuto esse que diz que temos obrigação de estar presentes”.
O presidente da autarquia, Raul Castro, respondeu que a referida lei “não diz nada sobre haver uma obrigação expressa [de presença] da oposição”, para justificar a escolha dos três representantes. Ainda começou por afirmar que já tinha perguntado se os vereadores queriam estar presentes no convívio, mas o seu discurso foi imediatamente interrompido pela oposição, que negou ter recebido qualquer convite. Ainda assim, os vereadores da oposição garantiram que vão estar no evento dedicado à diáspora batalhense, pagando a deslocação e alojamento pelo próprio bolso.
O valor atribuído pela deslocação da comitiva batalhense, entre os dias 15 e 17 de Novembro, também não gerou consenso, já que apresenta uma despesa de dois mil euros por cada representante, e a oposição afirma que, entre os voos e o alojamento, gastou um total de 166 euros por pessoa.
Numa declaração de voto, a oposição afirma votar “contra todo o embuste criado, já há dois anos, em torno das deslocações e acções representativas dos eleitos pelo PSD”, ao recordar que, no ano transacto, também pagou a própria deslocação para o convívio de emigrantes.