Prestes a completar um século, a Sociedade Vidreira Lusitana, conhecida por fábrica “Angolana”, pode deixar para trás longos anos de degradação e renascer com um projecto do ramo imobiliário.
O JORNAL DE LEIRIA apurou junto de Carlos Caetano, vereador da Câmara da Marinha Grande, que o Grupo Visabeira, detentor deste edifício, onde funcionou a fábrica de vidro, e que é considerado Monumento de Interesse Público, já abordou o Município para dar a conhecer o seu objectivo. O grupo de Viseu pretende apostar “na preservação e na valorização da área classificada” e também na implementação de “um negócio do ramo imobiliário”.
Constituída em 1920, a Sociedade Vidreira Lusitana, que mais tarde adoptou o nome de Fábrica Lusitana de Vidros Angolana, dedicava-se à produção de cristalaria, nomeadamente de chaminés para candeeiros a petróleo, notabilizando- -se pelo fabrico de lustres de estilo austríaco. O espaço passou a funcionar como armazém a partir de 1957. Mais recentemente, serviu como oficina de restauro de peças destinadas ao Museu do Vidro.
A Associação Portuguesa de Arqueologia Industrial fez escavações no local, tendo sido postas a descoberto importantes estruturas industriais da primeira metade do século e, em 1999, propôs a sua classificação ao Departamento de Estudos do Instituto Português do Património Arquitectónico. A homologação da classificação do edifício como Imóvel de Interesse Público aconteceria em 2003.
O espaço, que até agora não recebeu qualquer intervenção, tem vindo a ser referido durante as reuniões de Câmara, dado o perigo de derrocada que as suas ruínas oferecem. Este projecto é, por isso, visto com agrado por parte da Autarquia, nota Carlos Caetano.
Até ao fecho de edição não foi possível ouvir a Visabeira.