“Silvais?? Xó Carago!” Foi assim que nasceu a marca da cerveja artesanal que está a ser fabricada na Maceira, Leiria, e que desde há três semanas marca presença em vários supermercados da região.
Mas vamos por partes. Em 2016, numa festa, um grupo de amigos provou uma cerveja artesanal feita por Filipe Sousa e logo ali percebeu que a mesma “tinha potencial” para ser comercializada.
Nelson Carlos era um desses amigos. Já na altura desejava abrir um negócio em parceria com o compadre Luís Alves. Viram aqui a oportunidade. A eles e a Filipe Sousa juntou-se Filipe Amaral e o projecto começou a ganhar forma.
Filipe Sousa manifestou então o desejo de que a cerveja a fabricar viesse a chamar-se Silvais. A reacção dos amigos foi de estranheza e o 'xó carago', expressão muito usada na zona da Maceira, surgiu naturalmente em resposta. E ficou como marca.
Os amigos avançaram então com a criação da sociedade Xó Fabrico e Comércio de Bebidas e com o processo de instalação de equipamentos para a produção da cerveja. Estimavam investir 50 mil euros, já gastaram 300 mil, contou Nelson Carlos ao JORNAL DE LEIRIA.
Vencida a burocracia e afinados os procedimentos, a primeira cerveja chegou ao mercado no Verão deste ano, com a marca Practice. Destinada exclusivamente ao segmento do golfe, está disponível apenas nos campos onde se pratica esta modalidade, numa parceria com a PGA.
A Xó chegaria uns meses depois. Há cerca de três semanas entrou em força no mercado, estando presente em vários lojas, restaurantes e supermercados Intermarché da região.
"Temos imensos pedidos para colocar o produto em estabelecimentos do Norte e do Sul do País, mas primeiro temos de assegurar que não falta nos locais onde já está a ser vendida”, diz Nelson Carlos, explicando que agora há que perceber qual a capacidade de reposição do produto no mercado. É que, para produzir nos padrões definidos pelos sócios – um mês de maturação – só se conseguem seis mil litros de cerveja por mês.
[LER_MAIS] E como é a Xó Carago, afinal? “Distingue-se pelo facto de ser 100% malte”. Além do malte belga, “leva apenas água, lúpulo e fermento. Não leva nenhum componente para conservação. É um sumo natural, 100% vivo”, explica Nelson Carlos.
Estão a ser fabricadas três variedades: a loira (pilsener) com menor teor alcoólico; a morena (stout) e a ruiva (trigo), estas duas “mais elaboradas” e com maior teor de álcool, “que acompanham muito bem uma refeição”.
A Xó está disponível em garrafas de 0,33 litros (preço médio de 2,5 euros) e de 0,75 litros (preço médio de 5,5 euros). Há também um kit de degustação que incluiu três garrafas de 0,33, uma de cada variedade.
Na calha está já o lançamento de novas marcas, avança o sócio. “Temos patentes registadas, e a ideia é trabalhar sempre o mesmo lema: falamos e bebemos o que é nosso”. Ou seja, as expressões populares típicas da região continuarão a ser o mote para as marcas a adoptar. Irra é uma delas.