Chegam a correr, gritam um 'olá' com um sorriso contagiante, contam as novidades do dia de escola e partem à aventura. Aqui não há sumários, actividades previamente preparadas, nem pressões. Não há tablets, telemóveis ou brinquedos electrónicos. O ponto de encontro é no bairro dos Capuchos, em Leiria, onde é tempo e lugar para deixar as crianças serem crianças.
"No Brincar de Rua, os meus filhos ganharam à vontade para interagir com outras crianças que não conhecem. Propõem brincadeiras que vão além do andar de escorrega ou de balouço, brincam com pauzinhos e com pedrinhas, por exemplo." Hugo Alves tem os dois filhos, de cinco e oito anos, no projecto Brincar de Rua e nota que desenvolveram capacidades de relacionamento com outras crianças que antes não tinham. E este é, precisamente, um dos objectivos do projecto.
Francisco Lontro, gestor deste projecto e presidente da Ludotempo – Associação de Promoção do Brincar, na qual o Brincar de Rua se insere, explica que esta foi uma ideia que surgiu da vontade de "contribuir positivamente para a sociedade".
Aqui, as brincadeiras são por conta das crianças. "O foco sempre foi a ideia de promover alguma coisa a partir do brincar livre. Existem muitos projectos na área do brincar, mas nunca se fala da importância de deixar os miúdos terem capacidade para tomar uma decisão, para poderem ir ao encontro das necessidades deles."
Dada a quantidade de tempo que passam em frente a ecrãs, é cada vez mais importante que exista este tempo em que brincam livremente, com outras crianças, em contacto com a natureza.
Além disto, diz Francisco Lontro, as crianças estão "sobrecarregadas" com actividades lectivas e extra-curriculares. "Essas actividades são importantes, sim, mas é muito raro alguém dizer que o filho precisa de ter um tempo para ele, para experimentar, para ir ao encontro de outras crianças e sugerir brincadeiras", sublinha o responsável.
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