As bochechas de porco preto com castanhas salteadas (12 euros), o arroz de entrecosto (12 euros) e a açorda de camarão (12 euros) encabeçam a lista de mais procurados no restaurante Vinha d'Alhos, a funcionar há menos de ano e meio em Valado de Frades, com uma oferta inspirada na gastronomia tradicional portuguesa.
Nelson Pereira – que comanda a cozinha – e Eugénio Viola cruzaram-se nos órgãos sociais da Biblioteca de Instrução e Recreio de Valado de Frades, colectividade famosa pelos sons do festival de jazz que organiza há 21 anos – e foi atrás do balcão, na cozinha das tasquinhas, a alimentar noites inteiras de conversa, que as palavras começaram a moldar a ideia de construir um restaurante em parceria.
O sonho de transformar um hobbie num projecto para levar a sério veio a ganhar forma numa antiga adega desactivada, na Rua Professor Arlindo Varela, um edifício do início do século passado, que se encontrava praticamente em ruína, entretanto transformado num espaço com ambiente rústico, mas luminoso, entre o antigo e o contemporâneo.
Disponível apenas por encomenda, o galo com couves (25 euros, para duas pessoas), em cataplana, com batata cozida, cenoura e enchidos, é o mais genuíno representante da cozinha regional.
Mas a ementa do Vinha d'Alhos viaja por todo o País. Dos mais populares, o cabrito cachafrito (15 euros), um prato alentejano, que vai à mesa com batata a murro e migas de espargos.
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Também saem lagartos de porco preto com pimentos e laranja (11 euros), costeletas de borrego grelhadas (13 euros), posta maroneza (15 euros), bife do lombo com molho de natas (18 euros), risotto de alheira (12 euros) e costeletão maturado grelhado (35 euros), entre outras sugestões de carne.
No peixe, destacam-se o bacalhau em cama de grelos e crosta de broa e farinheira (15 euros), o arroz de tamboril (15 euros), o choco frito com maionese de alho (10 euros), o bife de atum de cebolada (15 euros) e a massada de robalo (30 euros o quilo, por encomenda).
Para os vegetarianos, há risotto de cogumelos (9,50 euros) e lasanha de legumes (8 euros).
Durante a semana, de segunda a sexta, ao almoço, há preços mais económicos, mas a mesa continua posta para os sabores mais típicos: dobrada com feijão (segunda-feira, 7 euros), ensopado de borrego (terça, 8,50 euros), feijoada (quarta, 7 euros), galo guisado (quinta, 9 euros) e mão de vaca com grão (sexta, 7 euros).
Aberto todos os dias, para almoços e jantares, o Vinha d'Alhos encerra nas noites de domingo.
Entre os clientes, muitos são estrangeiros a residir no Oeste: ingleses, holandeses, belgas. O televisor antigo e as garrafas empoeiradas de Frutol e Canada Dry abrem-lhes a porta para um Portugal que já não existe, num cenário de memória do vinho e da vinha.
De tempos a tempos, há exposições e música ao vivo.