Adriano Luís Maranhão, da Nazaré, 41 anos, foi diagnosticado hoje com o coronavírus Covid-19, revela ao JORNAL DE LEIRIA Emmanuelle Maranhão, que se encontra desesperada sem conseguir falar com a Embaixada portuguesa nem com a empresa do marido.
“Hoje de manhã um médico foi ter com ele um informou-o que as análises feitas há dois dias deram positivo. Foi obrigado a ficar dentro da cabine”, explica Emmanuele Maranhão, professora.
Segundo conta, o marido, que trabalha para a empresa do navio cruzeiro Diamond Princess há mais de cinco anos como primeiro canalizador, “não tem sintomas”, além de sentir um cansaço, que também pode ser provocado pelo sistema nervoso.
“Não deixa de ser um abalo receber esta notícia.”
Emmanuelle Maranhão está optimista com o evoluir da situação, mas só ficará descansada quando o marido for encaminhado para um hospital.
“Ele é uma pessoa saudável. Até porque trabalha no barco é obrigado a fazer exames com regularidade. No entanto, não entendo por que é que ainda não o levaram para o hospital, onde pode ser medicado e tratado. Quanto mais rápido isso acontecer, mais seguro será”, sublinha.
Por isso, desde que teve a confirmação de que o marido estava infectado que tem procurado contactar com as autoridades portuguesas, embora sem sucesso.
Confrontada com a informação de que a Direcção-Geral de Saúde ainda não confirmou o caso, Emanuelle Maranhão garante que o marido foi informado dos resultados por um médico.
“Podem não ter sido ainda notificados ou a informação não ter chegado oficialmente. Mas nunca iria divulgar isto sem ter a confirmação de que o meu marido está infectado. Iria expor as minhas filhas a isto? A minha opção de trazer isto a público é para conseguir ajuda das autoridades portuguesas para que o Adriano possa ser levado para o hospital para ser tratado”, sublinha.
Emanuelle Maranhão lamenta ainda que os exames aos trabalhadores tenham sido feitos apenas depois deos turistas desembarcaram.
“Depois de todos terem saído é que se preocuparam com os trabalhadores. Até lá o meu marido trabalhava normalmente, com luvas e máscara. As coisas são de tal maneira escondidas que não era possível saber quem estava infectado.”
Emanuelle Maranhão desconhece se mais algum trabalhador estará infectado.
Segundo um comunicado divulgado pela Direção-Geral de Saúde, existem oito cidadãos com passaporte português no navio.