Quando Tomás Taveira fez os projectos arquitectónicos de três estádios do Euro’2004 decidiu que as cadeiras destinadas aos espectadores seriam coloridas. A ideia era dar sempre a imagem de que havia público nas bancadas, mas o Sporting, passados 17 anos, fartou-se e quis finalmente ter a casa pintada de verde.
O processo está em curso e as cadeiras rebatíveis arco-íris estão a ser retirados, embalados e colocados dentro de caixotes.
É aqui que entra o Vasco da Gama, porque muitas dessas cadeiras, mais concretamente três mil, viajaram para a região para dar conforto aos adeptos não só daquele clube inspirado no gigante do Rio de Janeiro, mas também da Juventude Oureense e da União da Serra.
“Temos um patrocinador em comum com o Sporting, que é a Filstone, que tem um grande envolvimento com o clube de Lisboa, e perguntei se não nos podiam ajudar, porque precisávamos de assentos para a nossa bancada. Disseram que sim e entretanto veio a confirmação que podíamos levantar as cadeiras. Só tínhamos de arranjar o transporte”, explica Ana Reis, presidente do clube de Boleiros, Fátima.
Entretanto, num jantar após um torneio de pré-temporada o assunto veio à baila e o clube de Santa Catarina da Serra, que tinha feito um pedido semelhante, mas que ainda não tinha obtido resposta, aproveitou para conseguir juntar-se à encomenda.
Àqueles dois clubes de futebol há ainda que adicionar a Juventude Oureense, que também tinha solicitado ajuda à empresa de comércio de rochas para equipar o pavilhão do Caneiro.
[LER_MAIS]Tudo bem combinadinho, o transporte das cadeiras foi agilizado e lá rumaram todos na semana passada a Alvalade para levantar o material. Essa parte já está e neste momento estão a fazer a separação por cores de assentos e encostos.
Depois, ainda faltará colocá-las. Parece que a solução não demorará muito a ser encontrada, pois “o presidente da União da Serra é serralheiro e esteve a analisar a estrutura”, explica a responsável.
Satisfeito com a “excelente oportunidade” apesar da despesa inevitável com a aplicação e a estrutura que suportará as cadeiras, Amândio Santos quer ter “disponibilidade de tempo e de ferro” para poder avançar com a colocação. “É a minha área e vou tentar fazer já uma amostra.”
Para Ana Reis, que foi um bocadinho mais longe e solicitou ao Sporting também os bancos de suplentes, esta simpatia é “um grande apoio aos clubes pequenos”. “Há dois anos pedi um orçamento para 250 assentos e ficava-me em 2.500 euros. É muito difícil. Sem estas ajudas não temos condições”