Conceber, estruturar e propor um programa de interpretação e comunicação para o Vale do Lapedo é a missão do “grupo de projecto” que vai ser criado no âmbito de uma parceria entre o Município de Leiria e o Ministério da Cultura. O protocolo será formalizado na segunda-feira, numa sessão a realizar no Museu de Leiria e que será presidida pelo ministro Pedro Adão e Silva.
Da equipa de trabalho, que é liderada por António Carvalho, em representação da Direcção-Geral do Património Cultural, faz parte João Zilhão, arqueólogo que há 25 anos liderou a primeira equipa que trabalhou no local do achado do Menino do Lapedo, o Abrigo do Lagar Velho, bem como Aurora Carapinha, arquitecta paisagista, investigadora e docente da Universidade de Évora. Ao grupo, junta-se ainda Gonçalo Cadilhe, escritor de viagens, que ficará responsável pela “elaboração da proposta de storytelling (narrativa) para o lugar”.
O objectivo é que, “a partir do trabalho de investigação, se possa fazer o enquadramento de todo o Vale”, explica a vereadora da Cultura, Anabela Graça, referindo-se à intervenção do escritor no projecto. Segundo o protocolo, aprovado, por unanimidade, esta terça-feira em reunião de câmara, a equipa irá elaborar um “programa de interpretação e comunicação”, a entregar até ao próximo dia 28 de Abril.
De acordo com a vereadora, que também integra o grupo, a equipa apresentará propostas de intervenção ao nível, por exemplo, da “fruição do espaço, tendo como base a sustentabilidade e a preservação do espaço, que é único”. O programa incidirá também sobre a requalificação do Centro de Interpretação do Abrigo do Lagar Velho, criado em 2008, e a valorização e protecção do sítio onde, há 25 anos, foi encontrado o Menino do Lapedo.
A par da componente de interpretação e visitação do lugar, está previsto o reforço do investimento na investigação, de forma a “acrescentar informação e conhecimento”, através de “parcerias com entidades científicas nacionais e internacionais”, avança Anabela Graça, convicta que o presente protocolo será “um passo muito importante” para a valorização do Vale do Lapedo e para “o património do concelho”.
“Queremos deixar uma marca para o futuro, com elevado patamar de exigência, dando seguimento a uma proposta contida no Plano de Estratégico Municipal da Cultura”, reforça a vereadora.