O candidato presidencial Cândido Ferreira apelou hoje aos indecisos para votarem nas candidaturas independentes, com alguma “visão para o país”, referindo-se à sua e à de Henrique Neto, durante a visita à empresa Geco, na Maceira, em Leiria.
“Aos indecisos diria que face aos candidatos dos partidos políticos que são sempre mais do mesmo e representam um sistema cristalizado de interesses é necessário apoiar, sobretudo, os candidatos independentes”, afirmou, acrescentando estar a falar dos “candidatos independentes que tenham alguma visibilidade, mas também alguma visão para o país”.
“Falo concretamente da minha candidatura e também da de Henrique Neto. As outras são perfeitamente dispensáveis e nada acrescentam à democracia portuguesa”, precisou.
No último dia de campanha, que dedicou à região de Leiria, Cândido Ferreira admitiu que a sua candidatura “correu mal”, justificando que tentou “repercutir uma série de ideias e estava à espera de ter um outro tipo de intervenção, sobretudo nos órgãos de comunicação”.
“Não consegui fazer passar a mensagem, mas isso ao nível do mediatismo, porque a nível da sociedade civil consegui”, confessou, acreditando que ganhou um “grande apoio” para o Conselho de Estado Social, que pretende ver implantado.
O candidato anunciou ainda que irá “continuar a desenvolver o conceito de Conselho de Estado Social” e “provavelmente” irá pedir “uma entrevista com o próximo Presidente da República, porque “ele será parte importante no desenvolvimento deste conceito”, que considera ter sido a sua “imagem de marca” nesta campanha.
“Espero que o próximo Presidente da República adoPte esta ideia e possa lançar este Conselho no terreno, não para combater os partidos políticos, porque eles são o cerne da democracia, mas para os apoiar e ajudar para que o país possa ter um compromisso entre as forças políticas, que levem a planos estáveis e duradouros sem os quais o país não se pode desenvolver”, acrescentou.
Cândido Ferreira não se mostra surpreendido com as sondagens que o colocam nos últimos lugares, considerando que “vão ao encontro daquilo que pensava”.
“As sondagens correspondem um pouco à desorientação que existiu sobretudo dentro do PS, que nunca quis ganhar estas eleições. Cometeu alguns erros de casting. Encontrou pessoas que não tinham coragem nem um projeCto, nem tinham estrutura política para enfrentar o professor Marcelo Rebelo de Sousa. Naturalmente, que o professor Marcelo Rebelo de Sousa que, também tinha fragilidades e poderia ser combatido, acabou por fazer uma campanha em festa, quase a fazer-se de morto”, analisou.
Para Cândido Ferreira, da sua campanha presidencial “ficarão implantadas na sociedade portuguesa algumas ideias fundamentais, nomeadamente, a noção de que o despesismo é uma das chagas da nossa sociedade e o poder político tem de olhar para esse despesismo com outra atenção”. Além disso, “também a noção do Conselho de Estado Social”.
Garantindo que não está zangado, o candidato salientou que sempre foi uma pessoa que “lutou por causas” e “por ideias”, que “quis para este país muita coisa”.
“Vejo que a sociedade não está a evoluir ao encontro daquilo que pretendia. Só perde quem desiste de lutar e eu vou continuar a luta pelos mesmos ideais de sempre, sacrificando-me. É isso que leva a que hoje teremos, com certeza, 300 pessoas num jantar [final da campanha], mas podíamos ter muitas mais, praticamente sem fazer nenhuma mobilização”, rematou.
Cândido Ferreira encerra a sua campanha presidencial com um jantar hoje à noite no restaurante A Grelha.