Em 2013, a Câmara da Marinha Grande avançava com os Circuitos Industriais, projecto que visava abrir as indústrias a visitas turísticas, com roteiros organizados e permanentes, capazes de envolver vários sectores de actividade e diferentes públicos. Era ainda uma forma de descentralizar a oferta turística, conjugar património industrial e cultural e dinamizar a economia local.
Agora, que o País assinalou a Semana Nacional do Turismo Industrial (entre 10 e 16 de Abril), o JORNAL DE LEIRIA foi conhecer as motivações dos turistas e das empresas que, na Marinha Grande, há muito se adiantaram neste conceito, mostrando o seu saber-fazer ao longo de uma década.
Rafael Monteiro, 12 anos, da Maceira (Leiria), é o mais jovem entre o grupo de turistas que visitam a Planimolde, fabricante de moldes [LER_MAIS]que integra o conjunto de empresas aderentes desde 2013. “Foi o meu pai que teve a ideia de visitar as fábricas. O meu avô teve uma empresa de moldes, mas não era bem a mesma coisa”, comenta Rafael, que se mostra entusiasmado. Antes da Planimolde, visitou a Leerdam Crisal Glass, fabricante de cristalaria, que também aderiu a este projecto desde o início. Ali, o jovem gostou particularmente “da zona onde o vidro quente passa para o molde”.
Conhecer o próprio concelho
Alexandre Elói, 22 anos, estudante de Direito, desafiou a mãe para o acompanhar. É da Marinha Grande, mas pouco sabe sobre moldes. Visita a Planimolde movido pela “curiosidade” e pela convicção de que, como marinhense, deve conhecer o que se faz no concelho.
Carlos Mello, 64 anos, natural do Rio de Janeiro (Brasil), está aposentado e reside na Marinha Grande há cerca de um ano. “Viemos para conhecer a vizinhança”, conta Carlos, que visita a Planimolde com a esposa. Interessado, pergunta sobre o destino dos produtos e como funciona a sala especial onde se produzem artigos para saúde. “Sempre que há actividades culturais, nós vamos.”
Nelson Esteves, da Marinha Grande, é comercial numa entidade que fornece sistemas de injecção de canais quentes à Planimolde. Domina o sector, mas entendeu que também seria importante conhecer melhor esta empresa. “Muitas pessoas da Marinha Grande não conhecem o que é feito nestas fábricas e deviam aproveitar as oportunidades.”
Francis Auster, directora comercial da Planimolde, conduz a visita. Mostra as peças finais, as fases do fabrico, sem deixar de passar pelo refeitório e pelo ginásio da fábrica, que colhe a admiração dos visitantes. Salienta a importância destas iniciativas, que aproximam a organização com públicos de fora e da comunidade.
Nesta última semana, decorreram visitas à Planimolde e à Crisal, demonstrações de fabrico de vidro no estúdio Poeiras Glass, visitas a oficinas de artesanato, ateliers infantis de pintura sobre vidro, entre outras iniciativas. Mas é muito maior o leque de fábricas de vidro, moldes, plástico, museus, centros tecnológicos e de formação que integram a lista de entidades aderentes a estas visitas, que decorrem todo ano, sob marcação prévia junto das empresas ou da câmara.