Após a votação do Orçamento do Estado para 2025, ficámos a saber que o Governo cortou 68 milhões de euros na verba da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, principal instituição de financiamento da investigação científica Portugal.
Isto, apesar das críticas do ministro da Educação, Fernando Alexandre, ao subfinanciamento da ciência e após as promessas eleitorais de todos os partidos com assento no Parlamento de mais investimento, para igualar a média europeia.
Antes do fim da votação na especialidade do OE, foi proposto aumentar os fundos da FCT. A proposta foi chumbada pelos votos contra do PSD, CDS e Chega, com abstenções do PS e da IL.
Assim, a verba para a FCT cingir-se-á a 607 milhões de euros, o valor mais baixo desde 2018 e a primeira vez, desde há três anos, que há uma redução da verba para esta instituição.
Uma sondagem feita pelo Eurostat concluiu que nove em cada dez portugueses é a favor do aumento do investimento em investigação em desenvolvimento, como promotor da competitividade.
Num jantar-conferência organizado, na semana passada em Leiria, pela Telma Carreira Curado & Associados, SROC, o antigo vice-primeiro-ministro Paulo Portas, o economista Carlos Tavares, e a vice-presidente da Portugal Ventures, Teresa Fiúza, alertaram para a urgência de investir em inovação como forma de a União Europeia não soçobrar perante os gigantes norte-americano e chinês.
Portas criticou até a forma como a Europa deixou de inovar, adormecida por “políticas sociais confortáveis”.
Nesta nossa edição damos conta do trabalho realizado pela Embalagem do Futuro, Agenda Mobilizadora do Plano de Recuperação e Resiliência, liderada pela Vangest e que tem como parceiros empresas, associações de empresários e a academia, sob a forma do Politécnico de Leiria.
O orçamento para esta agenda de futuro é de cerca de 105 milhões.
Fazemos ainda o retrato da startup Nitrogen Sensing Solutions NS2, apostada em lançar-se no mercado global, mas que já tem 20 anos de trabalho e pesquisa académica.
Pelo visto, para os partidos com a maioria dos votos no Parlamento, os produtos e serviços do futuro não fazem parte da estratégia de futuro do nosso (pobre) País.