O projecto CicloExpesso, um ‘comboio’ de bicicletas que permite que as crianças possam ir para a escola em velocípedes, acompanhadas por adultos, chegou a Leiria. A viagem inaugural teve lugar na passada quarta-feira, com a participação de alunos da Escola Branca, na cidade de Leiria. A Escola Amarela e os estabelecimentos de ensino da Caranguejeira serão as próximas estações do projecto.
O percurso agora iniciado faz a ligação entre a Quinta do Alçada e a Escola Branca, dispondo de oito paragens: Quinta de Santo António, açude da Fonte Quente, Jardim Luís de Camões, posto de turismo, Jardim de Santo Agostinho, Polis, skatepark e ciclovia de Nossa Senhora de Fátima.
“O CicloExpresso tem um percurso e horários definidos. É como se fosse um autocarro ou um comboio, que permite às crianças ir em conjunto para a escola, acompanhadas por monitores, que podem ser pais, avós ou outros membros da comunidade”, explica João Bernardino, representante da Bicicultura, cooperativa responsável pela criação do projecto, que já está a funcionar em Lisboa, Braga, Loures e Almada. Leiria é a quinta cidade a ‘apanhar’ o CicloExpresso, com a câmara a assumir a promoção do projecto a nível local.
Vereador do Ambiente e da Mobilidade, Luís Lopes frisa que um dos objectivos passa por, a partir das crianças, começar a promover a bicicleta como “alternativa de transporte”, para que, no futuro, seja possível ter “uma efectiva redução de veículos junto às escolas”.
O autarca sublinha ainda que o projecto visa ainda “desenvolver a autonomia” das crianças, tendo “sempre” presente a segurança. Este aspecto é, aliás, um dos grandes desafios do projecto, reconhece João Bernardino, frisando que essa preocupação está presente na definição dos percursos, na formação dos monitores e nos “procedimentos adoptados na condução das bicicletas”.
O presidente da Bicicultura explica que, numa primeira fase, as crianças serão acompanhadas por monitores da associação, mas o objectivo é recrutar ‘motoristas’ na comunidade escolar, como pais, avós, professores ou funcionários, de forma a “autonomizar” os ‘comboios’, que terão um mínimo de um monitor por cada quatro passageiros.
João Bernardino acredita que este tipo de projectos poderá ser o “início de um longo caminho na mudança de rotinas e de mentalidades”, apostando nos mais novos. A mesma expectativa tem o vereador Luís Lopes que destaca também as mais-valias do programa na “promoção da saúde pública, do desporto e da qualidade de vida”.
O CicloExpresso deu os primeiros passos em 2015, por iniciativa de um pai, residente no Parque das Nações, que queria contribuir para que mais crianças, além do seu filho de cinco anos, pudessem ir de bicicleta para a escola. O ‘comboio’ criado nessa altura mantém-se activo e funciona uma vez por semana.
Os participantes devem ter bicicleta e as escolas têm de assegurar um espaço para estacionar os velocípedes. É também recomendável ter um cadeado para a bicicleta e utilizar capacete durante as viagens. As inscrições das crianças e dos voluntários deve ser feita no site do projecto (www.cicloexpresso.pt)