Lembram-se do Leiria Innovation Hub ou, em português, do Centro de Negócios de Leiria? Foi projectado para o topo norte do Estádio Dr. Magalhães Pessoa e anunciado em 2020 como “um espaço inteiramente dedicado a empresas Tice (tecnologia, informação, comunicação e energia), que procuraria dar resposta a investimentos na área do digital, fundamentais para a dinâmica económica da região”.
A arquitectura, de linhas modernas e futuristas, previa uma fachada em caixilharia de vidro, “controlada por telas exteriores de sombreamento que filtram e controlam a luz de sul, garantindo a opacidade total desta fachada”. A área a ocupar, superior a 20 mil metros quadrados, estendia-se pelos pisos 5, 6 e 7 da torre poente, pelos quatro pisos do corpo central e ainda os pisos 0 e 1 da torre nascente.
Como se sabe, este ano iniciaram as obras para instalação dos serviços locais e distritais da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), na torre nascente do malfadado topo norte. Do Innovation Hub, praticamente, não se tem ouvido falar.
António Poças, presidente cessante da direcção da Associação Empresarial da Região de Leiria – Câmara de Comércio e Indústria (Nerlei/CCI) não o disse abertamente na entrevista que concedeu esta semana ao JORNAL DE LEIRIA, mas será fácil imaginar que este será um dos projectos que lhe ficará ‘atravessado’, quando, em Dezembro, terminar o seu segundo mandato.
Experiente também na área da gestão e digitalização, Poças lembra que o futuro será mais propício para “quem tiver a percepção de que defender a economia digital não é desvalorizar a indústria, mas potenciá-la”. “Não podemos ficar parados, à espera que as coisas aconteçam”, realça, dando o exemplo da visão estratégica e da proactividade nesta área demonstrada pelo Município do Fundão.
Em Leiria, para que o tal Innovation Hub pudesse ganhar corpo, era preciso captar empresas para o espaço e investir, à data de apresentação do projecto, cerca de 18 milhões de euros. Opções.