O serviço de Obstetrícia está a recusar alguns agendamentos de primeiras consultas para as grávidas realizarem a primeira ecografia e o rastreio bioquímico, que devem ser efectuados no primeiro trimestre de gestação.
O JORNAL DE LEIRIA sabe que alguns médicos de família do concelho viram recusada a referenciação para o Hospital de Santo André, em Leiria, sempre que tentaram fazê-lo nos últimos dias, através do sistema.
Segundo um dos clínicos, a situação é grave, uma vez que agendar uma ecografia em instituições particulares com protocolo com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não está a ser fácil. Os tempos de espera superam, muitas vezes, os três meses.
“Por outro lado, nem todas as pessoas têm capacidade financeira para realizarem a ecografia por sua conta”, acrescenta o médico de família. Este especialista alerta ainda que, no caso do rastreio bioquímico, o mesmo não é comparticipado pelo SNS fora da rede pública, situação que também prejudica os mais desfavorecidos, que não poderão suportar o custo deste exame.
“Estes exames são fundamentais serem realizados no primeiro trimestre de gravidez, uma vez que ajudam a detectar possíveis malformações no feto”, destaca o médico.
Em resposta ao JORNAL DE LEIRIA, o Centro Hospitalar de Leiria (CHL) confirma que “pontualmente há dificuldade em responder a todos os pedidos de consulta de Obstetrícia referência do 1º trimestre – protocolo I (consulta + ecografia + rastreio bioquímico) pelo envio tardio dos respectivos pedidos, ultrapassando a capacidade de resposta em tempo útil e considerando o período de gestação muito restrito para realização do rastreio (entre as 12 e as 13 semanas e seis dias)”.
O CHL informa ainda que o serviço tem “uma capacidade de 16 vagas por semana para a realização deste rastreio, sendo todas ocupadas”. “Estamos a desenvolver esforços no sentido de aumentar a capacidade de resposta em causa”, rematou.