Um grupo de cidadãos, liderado por Carlos Caetano, que foi vereador da Câmara da Marinha Grande durante a presidência de Cidália Ferreira, lançou uma petição pública pela criação de um Serviço de Urgência Básica no Centro de Saúde da Marinha Grande.
No documento, a dirigir ao presidente da Assembleia da República, ministra da Saúde e à ministra das Finanças, os signatários explicam que a Marinha Grande se insere “num aglomerado urbano contínuo, centralizado na cidade de Leiria, o que constitui uma área metropolitana de facto, embora tal figura não exista formalmente”.
Advogam que “não é possível organizar e pensar esta região sem ter em conta a enorme interdependência entre todos os diferentes municípios e freguesias que a compõem”. Neste contexto, “a cidade da Marinha Grande é, sem quaisquer dúvidas, um dos polos de maior influência e peso no todo regional, quer pela sua crescente população quer pela sua indústria”, prosseguem os signatários.
No documento é realçado que quer a Marinha Grande quer Leiria “foram dos poucos municípios e cidades de todo o País a registar um aumento populacional no Censo de 2021”. E, relativamente à indústria da Marinha Grande, “além do enorme contributo que representa para o PIB e para as exportações de Portugal, tem a particularidade de oferecer postos de trabalho a cidadãos de todos os municípios da região, o que faz aumentar em muito a sua população presente a todas as horas do dia, aumentando em muito a população a apoiar para lá da residente”, nota a petição.
“Esta particularidade verifica-se nas 24 horas do dia, uma vez que muitas das indústrias marinhenses têm laboração contínua de 24 horas sobre 24, nos 365 dias do ano”, frisa ainda. Perante estas características da Marinha Grande, defende: “torna-se imperioso assegurar a existência de assistência médica de urgência com proximidade e eficácia a qualquer hora do dia, pelo que é imprescindível a criação de um SUB – Serviço de Urgência Básica no Centro de Saúde da Marinha Grande, que permita a existência de uma série de valências, fundamentais à qualidade da assistência que os cidadãos exigem e às expectativas dos profissionais de saúde”.
“Sendo o SUB o primeiro nível de acolhimento a situações de urgência, constitui o nível de cariz médico não cirúrgico, à excepção de pequena cirurgia, dispondo dos seguintes recursos mínimos: dois médicos e dois enfermeiros, um técnico superior de diagnóstico e terapêutica de radiologia, um técnico superior de diagnóstico e terapêutica de análises clínicas, um auxiliar de acção médica e um administrativo, por equipa”, especificam os signatários.
Relativamente ao equipamento, acrescentam, esta estrutura “garante a existência de material para assegurar a via aérea, oximetria de pulso, monitor com desfibrilhador automático e marca passo externo, electrocardiógrafo, equipamento para imobilização e transporte de traumatizados, condições e material para pequena cirurgia, radiologia digital (para esqueleto, tórax e abdómen) e patologia química/química seca”.
Além disso, defendem que os SUB devem dispor de atendimento de urgência pediátrica, assim como de uma ambulância de Suporte Imediato de Vida.
Os promotores desta petição estão convictos de que “a criação de um SUB no Centro de Saúde da Marinha Grande se enquadra perfeitamente nas orientações existentes para a criação deste tipo de estruturas, porquanto a sua área de influência é muito superior a 40 mil habitantes e, apesar de se encontrar a menos de 60 minutos do Ponto de Urgência/Emergência mais próximo, localizado no Hospital de Santo André em Leiria, este serve uma população superior a 200 mil habitantes, aproximando-se mesmo dos 500 mil”.
“Importa referir que o Despacho 10319/2014 de 11 de Agosto prevê a existência de mais de um SUMC (Serviço de Urgência Médico Cirúrgica) a menos de 60 minutos entre si, desde que o hospital da região sirva uma população superior a 200 mil habitantes”.
“Ora, permitindo-se a existência de dois SUMC nestas condições, não se compreende que não possam coexistir a menos de 60 minutos entre si, um SUMC e um SUB”, expõem os signatários.
Assim, rematam, “a criação de um SUB no centro de Saúde da Marinha Grande permitirá o apoio às dezenas de milhares de cidadãos residentes e aos que aqui se deslocam para trabalhar, como constituirá uma linha avançada que retirará da Urgência/Emergência do Hospital de Leiria, muitos milhares de atendimentos anuais, deixando aos cidadãos de toda a região o usufruto de um melhor e mais rápido serviço no atendimento em Leiria”.
Até agora, a petição púbica online foi assinada por 186 pessoas.
Quanto ao líder do grupo de signatários, Carlos Caetano, recorde-se, foi exonerado pela então presidente socialista, Cidália Ferreira, depois de o seu nome ter sido aprovado como cabeça-de-lista pelo PSD na disputa pela câmara nas últimas eleições.