A Sociedade de Porcelanas de Alcobaça deu início a um procedimento de despedimento colectivo, que abrange 38 trabalhadores, e que “se insere num processo de reestruturação mais abrangente, que se destina à viabilidade futura da SPAL e a assegurar a manutenção de cerca de 270 postos de trabalho”.
A administração adianta que a reestruturação em curso é “vital”, e “torna-se necessária face aos resultados negativos registados nos últimos anos, substancialmente agravados pelo momento adverso que a pandemia trouxe para as empresas”.
“A empresa andou a assediar os trabalhadores para assinarem uma desvinculação em troca de meia dúzia de euros e eles recusaram”, disse ao JORNAL DE LEIRIA o dirigente sindical Luís Almeida, adiantando que o sindicato cerâmico vai agora tentar “perceber a razão do despedimento colectivo, e se cumpre as regras”.
A administração da SPAL diz que o despedimento colectivo cumpre “todos os trâmites legais” e esclarece que no âmbito do processo de reestruturação “foram propostas saídas a vários colaboradores, tendo a maioria aceitado”, o que resultou em saídas de comum acordo.
“De referir que foi dada manifesta liberdade aos colaboradores para aceitarem ou não o referido acordo, sendo assim totalmente falsa a afirmação de assédio”.
[LER_MAIS] “Importa ainda esclarecer que não existe relação entre os colaboradores que recusaram a proposta de saída por acordo com os abrangidos pelo despedimento colectivo”, são “duas situações totalmente diferentes”, frisa a administração da SPAL, onde ainda há alguns trabalhadores em lay-off, mas que, garante, não são abrangidos pelo despectivo colectivo e que deverão regressar à empresa a breve prazo, “não existindo, assim, por parte da SPAL nenhum desrespeito pelos normativos legais que regem estas duas situações”.
Em nota à imprensa no início de Agosto, a administração lembrava que os problemas financeiros da SPAL se arrastam “há mais de 20 anos” e que a aquisição da unidade por parte de um grupo económico, em 2010, evitou o seu encerramento nesse ano.
Na última década, “mesmo num ambiente de crise económica sem precedentes, a empresa fez conquistas e vem lutando para melhorar os seus resultados. Mas, lamentavelmente, a conjuntura alterou-se drasticamente obrigando a empresa a fazer face a uma queda abrupta de actividade”.
“Neste sentido, aparece o recurso ao lay-off, sendo este o único apoio de que a empresa beneficiou neste momento adverso, pese embora a SPAL ser detida em 35% pelo Estado, sob gestão da PME Investimentos”.