A Poço – Equipamentos Industriais, de Leiria, tem vindo a apresentar um “crescimento sustentável” nos últimos dois anos, superior a “dez por cento”. “Depois de uma quebra acentuada devida ao mercado angolano, que tinha um peso significativo no nosso negócio, os novos mercados de substituição reagiram de forma muito positiva com crescente procura”, afirma Carlos Poço, administrador do Grupo Poço.
A realidade da empresa encontra eco nas estatísticas nacionais. Raquel Aguiar, da AIMMAP – Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, refere que no primeiro trimestre o sector cresceu 16%. “Na União Europeia o crescimento foi de 11% mas no resto do mundo foi de 36%.” Os mercados que tinham contraído no ano passado, como Angola e Alemanha, “voltaram aos ganhos” e outros “tiveram crescimento acentuado”, como foi o caso do Irão, adianta.
Renato Ribeiro, da MBM – Metalúrgica Briosa da Maceira, em Leiria diz que, de 2015 para 2016, a empresa registou um crescimento de 10%. No entanto, acrescenta, este ano a situação pode ser diferente. “Nós trabalhamos mais com obras públicas e essas têm estado mais paradas”, adianta.
O empresário frisa também que há mercados “estagnados”, como é o caso de Angola, o que tem levado a empresa a apostar na Argélia. “A Argélia é um mercado muito interessante, está em expansão. Têm dinheiro, estabilidade política… Lá, o negócio não é tão complicado como em Angola.” O empresário afirma ainda que “para quem está a exportar, as coisas estão a crescer”. No entanto, acrescenta, considera que “os mercados tradicionais estão maus”.
Segundo Carlos Poço, o crescimento da Poço – Equipamentos Industriais tem sido “semelhante” em Portugal e no estrangeiro. O responsável adianta que o que mais tem contribuído positivamente no mercado interno “tem sido, sem dúvida, o clima de confiança dos últimos tempos e essencialmente o [programa] Portugal 2020”, que colocam Portugal – e a Europa – como mercado de “substituição” da empresa.
O administrador do Grupo Poço nota que na Europa existe um défice de produtos em estrutura metálica. “As exigências de qualidade impostas através da norma EN1090 que está a ser cumprida na Europa retirou alguns players do mercado. Em Portugal, essa exigência ainda não está a ser levada muito a sério e isso permite que haja alguma concorrência desleal.”
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