Este ano, o festival descentralizou-se e Leiria foi a cidade escolhida para a passagem de vários filmes de jovens talentos nacionais, inscritos no programa do Caminhos Film Festival. O evento teve o apoio do JORNAL DE LEIRIA.
Os filmes Zeus, de Paulo Filipe Monteiro e Cartas da Guerra, de Ivo M. Ferreira foram os que, ontem, dia 27, arrecadaram mais prémios na gala final da competição, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra.
O júri da Selecção Caminhos, constituído por Rita Salema, Paulo Peralta, João Tordo, Luís Gaspar, Teresa Tavares e Margarida Leitão decidiu por unanimidade os vencedores da principal secção do festival. A escolha do Grande Prémio do Festival, Portugal Sou Eu, para Filipe Abranches e Chatear-me-ia Morrer tão Joveeeeeeem… foi justificada pelo júri pela actualidade e pertinência do tema e originalidade do traço do seu autor.
O filme Cartas da Guerra recebeu o galardão de Melhor Longa-Metragem pela recriação poética, literária e humana do avassalador passado colonial português, o Melhor Argumento Adaptado para Ivo Ferreira e Edgar Medina, pela corajosa interpretação do universo pessoal de um dos maiores escritores portugueses.
O filme foi ainda premiado com prémio Melhor Som (Tiago Matos e Ricardo Leal), pela complexidade das texturas na recriação de um ambiente de guerra na África Portuguesa, a Melhor Montagem (Alessandro Comodin e João Nicolau), pelo minucioso trabalho de coerência e construção narrativa e ainda o galardão para Melhor Fotografia para João Ribeiro pela poderosa criação de uma identidade visual de Portugal e das colónias durante a Guerra do Ultramar.
Já o filme ZEUS arrecadou quatro galardões nas categorias de Melhor Actor atribuído a Sinde Filipe pelo compromisso e seriedade na interpretação de uma importante personalidade da História de Portugal e Melhor Actor Secundário a Miguel Cunha pela complexa e inteligente composição com que desempenha um retrato fidedigno a uma época.
O filme recebeu ainda os prémios para Melhor Caracterização, Sara Menitra, pela qualidade de reconstituição do estilo de uma época, e Melhor Guarda-Roupa para Sílvia Grabowski pelo rigor, a qualidade e a criatividade do guarda-roupa.
O filme Refrigerantes e Canções de Amor arrecadou os prémios para Melhor Banda Sonora Original de Filipe Raposo, pela simbiose entre a música original e as canções que marcaram uma época e geração em Portugal e Melhor Direcção Artística de Artur Pinheiro pela construção de um divertido imaginário visual que dá cor à realidade.
A lista de galardões da Selecção Caminhos fica completa, com os prémios para Melhor Realizador, atribuído a Rita Azevedo Gomes por Correspondência, pela originalidade da abordagem ao universo da poesia portuguesa.
O Melhor Argumento Original, para João Nicolau e Mariana Ricardo por John From, pelo potencial onírico e imaginário descoberto a partir do quotidiano.
O Melhor Actriz, para Ana Padrão pelo seu desempenho no filme Campo de Víboras, pela composição intensa e brutal de uma mulher em situação limite. Melhor Actriz Secundária para Elizabete Piecho por O Pecado de Quem nos Ama, pelo retrato pungente, inesperado e transformador de uma mulher numa ruralidade opressiva.
O Prémio Revelação atribuído a Leonor Teles por A Balada do Batráquio, pela coragem, aparente leveza e rebeldia com que aborda um dostemas mais preocupantes da actualidade.
Melhor Animação para José Miguel Ribeiro por Estilhaços, memória das marcas profundas que são transmitidas geracionalmente.
O prémio Melhor Documentário para Rui Eduardo Abreu, Thierry Besseling e Loïc Tanson por Eldorado, uma viagem crua e despojada pela realidade da emigração e da saudade.
Melhor Curta-Metragem foi para Cristele Alves Meira por Campo de Víboras, pela genialidade da abordagem ao universo rude dos inadaptados.
Por fim, a Menção Honrosa Curta-Metragem, que foi atribuída a Menina, de Simão Cayatte pela originalidade do ponto de vista e a surpreendente construção narrativa.
Lista completa dos vencedores da Selecção Caminhos e da Selecção Ensaios:
Melhor Ensaio Internacional FNAC – Emily Must Wait, de Christian Wittmoser
Melhor Ensaio Nacional SP Televisão – Pronto, era Assim, de Patrícia Rodrigues & Joana Nogueira
Menção Honrosa – Prémio Imprensa – A um mar de distância, de Pedro Magano
Prémio Imprensa – Eldorado, de Rui Eduardo Abreu
Menção Honrosa – FICC – Landing, de Filipe Martins
Prémio FICC – Eldorado, de Rui Eduardo Abreu
Melhor Banda Sonora Original – Filipe Raposo, por Refrigerantes e Canções de Amor
Melhor Argumento Adaptado – Ivo M. Ferreira e Edgar Medina, por Cartas da Guerra
Melhor Argumento Original – João Nicolau e Mariana Ricardo, por John From
Melhor Som – Tiago Matos, por Cartas da Guerra
Melhor Montagem – Alessandro Comodin e João Nicolau, por Cartas da Guerra
Melhor Caracterização – Sara Menitra, por Zeus
Melhor Realizador – Rita Azevedo Gomes, por Correspondências
Melhor Guarda-Roupa – Sílvia Grabowski, em Zeus
Melhor Fotografia – Mário Castanheira, em Cartas da Guerra
Melhor Direcção Artística – Artur Pinheiro, em Refrigerantes e Canções de Amor
Melhor Actriz Secundária – Elisabete Piecho, em O Pecado de Quem nos Ama
Melhor Actriz – Ana Padrão, em Campo de Víboras
Melhor Actor Secundário – Miguel Cunha, em Zeus
Melhor Actor – Sinde Filipe, em Zeus
Prémio Revelação – Balada do Batráquio, de Leonor Teles
Melhor Documentário – Eldorado, de Rui Eduardo Abreu
Melhor Animação Recheio – Estilhaços, de José Miguel Ribeiro
Menção Honrosa Curta-metragem – Menina, de Simão Cayatte
Melhor Curta-Metragem Turismo do Centro – Campo de Víboras, de Cristele Alves Meira
Melhor Longa-Metragem – Cartas da Guerra, de Ivo M. Ferreira
Grande Prémio do Festival Portugal Sou Eu – Chatear-me ia morrer tão joveeem…, de Filipe Abranches