A 28.ª edição do Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça vai acontecer entre os dias 22 de Julho e 19 de Agosto, com uma programação adaptada à pandemia, com recurso a artistas nacionais e com formações de pequena e média dimensão, sempre, assegura a organização com “a qualidade reconhecida a este festival”.
Os directores artísticos, Rui Morais e André Cunha Leal, em comunicado afirmam que realizar o festival este ano, reflecte “o espírito de compromisso da instituição produtora, Banda de Alcobaça”, com o actual panorama cultural “e constitui um sinal de esperança muito relevante no contexto que atravessamos”.
“As manifestações culturais são essenciais enquanto fonte de alegria, reflexão, bem como de esperança, particularmente, nos tempos em que vivemos”, referem.
O Mosteiro de Alcobaça voltará a ser o epicentro e parceiro na celebração de duas efemérides que são os temas à volta dos quais rodará o Cistermúsica: as celebrações dos 500 anos da circum-navegação e os 250 anos do nascimento de Beethoven.
“É, aliás, sob a égide do grande génio de Beethoven, que teremos a majestosa 5.ª Sinfonia e o concerto para piano e orquestra Imperador, pela Orquestra Filarmónica Portuguesa e João Bettencourt da Câmara, um recital de piano por Miguel Borges Coelho e três formações de música de câmara: o Quarteto Tejo com António Saiote; Jed Barahal e Christina Margotto; e os Solistas da Orquestra Sinfónica Casa da Música.”
A programação incluirá ainda propostas que vão desde a época de ouro da polifonia portuguesa, através do Ensemble de São Tomás de Aquino, até uma versão intimista e especial do Stabat Mater, de Pergolesi, interpretado pelo acordeonista João Barradas e as cantoras Bárbara Barradas e Cátia Moreso.
Presentes também, os Sete Lágrimas e a forma como a identidade musical portuguesa evoluiu desde as Cantigas de Santa Maria até ao fado, passando pelo barroco e pelas influências tropicais presentes no projecto Do Barroco ao Fado, dos Músicos do Tejo, que reúne o fadista Ricardo Ribeiro e a soprano Ana Quintans.
À volta do barroco, e ligado ao mar, a La Nave Va e o tenor Marcel Beekman, estrela no mundo da interpretação barroca, mostram a influência do elemento marítimo.
O Festival apresenta ainda, à semelhança das edições anteriores, uma programação cultural em rede, que levará alguns dos concertos a São Pedro de Moel (Marinha Grande), Universidade de Coimbra e Convento das Bernardas – Museu da Marioneta (Lisboa), prosseguindo a sua aposta na descentralização e oferta cultural para todos.