Uma humilde orquestra de beneficiência, com apenas três instrumentistas, dedica-se a organizar cerimónias de enterro, mas quando nem o padre nem o morto chegam, a espera torna-se incómoda e desastrosa. B.O.B.A.S. é o espectáculo premiado que a companhia Jimena Cavalleti, de Espanha, a única vinda do estrangeiro, traz ao nono festival de teatro comunitário Novos Ventos. A apresentação está agendada para 30 de Junho, em Monte Redondo.
Com estruturas artísticas “de norte a sul do país” que contribuem para “representar o território”, assinala o director do Novos Ventos, Frédéric da Cruz Pires, há uma parte da produção de teatro em Portugal que sobe a palco no concelho de Leiria entre 11 de Junho e 4 de Julho: Teatromosca (Cacém), Leirena Teatro (Leiria), Krisálida Teatro (Caminha), Terra Amarela (Sintra), Bruxa Teatro (Évora), Alma D’Arame (Montemor-o-Novo), Imaginar do Gigante (Ovar),Teatro do Ferro (Porto), Asta Teatro (Covilhã) e Mákina de Cena (Loulé).
O programa contempla, também, residências artísticas de estudantes da Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha (do Politécnico de Leiria) e do INAC – Instituto Nacional de Artes do Circo, de Famalicão.
A essência do Novos Ventos, no entanto, são as residências artísticas com a comunidade, em várias faixas etárias, que este ano vão permitir criar 20 espectáculos originais com direcção artística do Leirena.
Nos Marrazes, a primeira freguesia a receber o festival em 2024, participam o Redes na Quinta da Impulsar, o Rancho da Região de Leiria, a Escola de Música da Filarmónica de Marrazes, o Lar Emanuel, a AMITEI e o Agrupamento de Escolas de Marrazes. As apresentações acontecem no domingo, 16 de Junho, entre as 15 e as 16:30 horas. E são “sempre um motivo de orgulho”, comenta Frédéric da Cruz Pires. Não só há pessoas nas freguesias que se envolvem todos os anos na semana de co-criação com o Leirena como o festival tem atraído jovens para as turmas de teatro da companhia e contribuído para o surgimento de novos grupos de teatro amador. “Há um contágio positivo. Estamos a deixar marca”.
Circunferência de Quatro Quintos, uma estreia, da autoria de Nicolás Riquelme, aluno do INAC de Famalicão, é o primeiro espectáculo da edição de 2024 do Novos Ventos e pode ser visto na Mata dos Marrazes, este sábado, com início às 21:30 horas. Ainda durante o primeiro fim-de-semana, e no mesmo local, mas no domingo, as peças O Macaco do Rabo Cortado (Teatromosca) e Sob a Terra (Leirena).
Este ano, o festival decorre em cinco freguesias, mais uma do que em 2023. Repete nos Marrazes e no Arrabal (18 a 23 de Junho), regressa a Monte Redondo (23 a 30 de Junho) e realiza-se pela primeira vez na Caranguejeira (2 a 7 de Julho) e na Maceira (9 a 14 de Julho).
Outra característica do Novos Ventos, que é organizado pelo Leirena, é que decorre, maioritariamente, ao ar livre.
Na nona edição, estão em agenda 35 espectáculos de teatro e novo circo, da infância ao público adulto, dos quais 15 profissionais e 20 de criação comunitária. Alguns incluem audiodescrição e língua gestual portuguesa. Em quatro freguesias, está anunciada a exibição de curtas de cinema comunitárias.