É muito provavelmente o momento mais importante da Orquestra Jazz de Leiria e em qualquer caso um acontecimento para todos os que amam o jazz em Portugal: o concerto dirigido por Maria Schneider, compositora e maestrina que entre outras distinções conta com sete Grammy, incluindo, em 2016, o Grammy na categoria “Best Arrangement, Instruments and Vocal” pela colaboração com David Bowie no tema “Sue (Or in a Season of Crime)”.
“Para quem toca ou escreve para este tipo de formação, de big band, poder trabalhar com a Maria Schneider é um sonho. Actualmente, é o suprassumo”, salienta o director artístico da Orquestra Jazz de Leiria, César Cardoso, que no próximo sábado, 9 de Março, vai estar no Teatro José Lúcio da Silva (TJLS) como solista (saxofone).
No mesmo dia, mas durante a manhã, Maria Schneider orienta uma formação de duas horas, no Teatro Miguel Franco, para a qual ainda há vagas (o custo de inscrição é de 30 euros) apesar do interesse que a masterclass está a suscitar. “Temos muita gente, mesmo de fora de Portugal, a vir cá”, adianta César Cardoso. Quase 50 inscritos até ontem à tarde.
Também para o concerto, com início às 21:30 horas, ainda há lugares, mas poucos. Tanto as plateias como os balcões deverão esgotar, com bilhetes a 25 euros, que podem ser adquiridos online ou directamente no TJLS.
O primeiro ensaio com Maria Schneider está agendado para esta quarta-feira, mas “há mais de um mês” que a Orquestra Jazz de Leiria se encontra a preparar o espectáculo, inteiramente baseado (excepto um standard) no repertório da compositora norte-americana de 63 anos, em que se destaca “Hang Gliding”, que César Cardoso considera “o clássico dos clássicos”.
“É música muito exigente”, comenta. “Temos estado a dar o litro”.
Em palco vão posicionar-se duas dezenas de músicos, incluindo dois convidados, Luís Cunha (trompete) e Neuza Bettencourt (flauta), sob a direcção de Maria Schneider – figura “importante na história do jazz e da música”, realça César Cardoso –, que depois da parceria da Orquestra Jazz de Leiria com o cantor Kurt Elling (há um ano, também no TJLS) volta a colocar a formação num patamar muito alto.
Maria Schneider editou pela primeira vez em 1994 – o álbum Evanescence – e em 2020 lançou o mais recente trabalho de estúdio, um duplo LP, Data Lords, finalista do Pulitzer Prize, vencedor de dois Grammy e nomeado para melhor álbum de jazz do ano pela Jazz Journalists Association e pela NPR.
Já este ano, ficou disponível a colectânea Decades, um vinil triplo.
O concerto de Leiria, a 9 de Março, é data única em Portugal.