O que imaginas que já aconteceu nesta casa e neste jardim? O que achas que este espaço poderá ser no futuro?
As perguntas – colocadas pelo festival A Porta – dirigem-se ao maior número possível de leirienses, de diferentes origens e idades.
A partir de hoje, estão convidados a reflectir sobre a Villa Portela e a ponderar um destino construído em conjunto para o chalé do século XIX e para a propriedade com 17 mil metros quadrados, onde a Câmara Municipal de Leiria pretende instalar um centro de artes.
É uma espécie de referendo, de cidade arquitectada através de democracia directa, que alia a arte, o urbanismo e a experiência comunitária.
Em 2021, a face mais visível da Porta manifesta-se de 2 a 18 de Julho, mas o caminho inicia-se esta semana, com a partilha de memórias e sonhos relacionados com a Villa Portela, um lugar omnipresente e enigmático, lembra a organização.
A réplica em miniatura do edifício, a três dimensões, concebida com recurso a uma impressora 3D e depois pintada à mão, vai circular por cafés, restaurantes, escolas, associações, lares e grupos informais. Está desde hoje na livraria Arquivo.
Como caixa de ideias ou urna de um sufrágio universal, inclui uma ranhura no telhado para receber boletins com as colaborações da população de Leiria: um desenho, uma frase, um pequeno texto.
Em alternativa, é possível responder directamente no site festivalaporta.pt.
As respostas (recordações e desejos) constituem o imaginário colectivo e a matéria orgânica para o trabalho a desenvolver no programa de instalações, workshops e outras activações artísticas da Porta, que ocupará temporariamente a Villa Portela para a repensar e re-imaginar.
O projecto completa-se através da apresentação ao público nos primeiros três fins-de-semana de Julho, com os jardins do chalé transformados em galeria aberta.
Os objectivos passam por transformar a Villa Portela num lugar “de partilha de ideias e sonhos, numa experiência de reencontro, de cruzamento de gerações, num catalisador de alegria e de educação através da arte e da valorização das narrativas e comunidades de Leiria”, explica a organização.
Em suma, um convite aos leirienses para pensarem de forma livre um presente e um futuro participado. Porque, em 2021, a Porta propõe-se ajudar a construir um lugar onde ninguém está excluído. Um festival com todos para todos.