Alguns temas do próximo álbum de Rodrigo Cavalheiro são tocados ao vivo pela primeira vez no mês de Maio, no Texas Bar, onde se vai apresentar sozinho, com guitarra eléctrica e alguns efeitos. Se o palco “é sempre de supra importância” para qualquer artista, “pela injecção de vitalidade”, diz ao JORNAL DE LEIRIA, o recinto de Barreiros, Amor, que já pisou a solo e também nos colectivos Born a Lion e Country Playground, constitui “uma referência” para o movimento underground, reconhece o músico natural do Brasil, há vários anos radicado em Portugal.
Após vários confinamentos, o regresso da música ao vivo no Texas Bar traz uma nova energia e novas canções, discos e formatos de músicos de Leiria e da região, uns mais batidos, outros a dar os primeiros passos. É a marca da casa e depois de longos meses de interregno o público tem aderido , “até acima das expectativas”, adianta o proprietário, Filipe Clemente. Continuar “a puxar pela cultura” e a “dar oportunidades” e “visibilidade”, enquanto sala de espectáculos, é o objectivo, num percurso que em 2022 chega aos 30 anos.
Só desde o início de Fevereiro, entre repetentes e estreantes, passaram pelo palco do Texas Bar, todos de Leiria, Confused Minds, Nerublanco, Gundi, L.Ema, Sétimo Sentido, Cateto, Manferior, Jaime Miguel, EN1, Los Chapos, Inês Apenas e Peste Buda, além de, provenientes de concelhos vizinhos, Ana Santo, Jota, Eyze, Berlus, Pulla, Dez, Aptherraper, Guardians of Ivory, Dirty Bungalow, Celino e Salomé.
Do rock ao metal, do hip hop à electrónica, o programador de serviço nos últimos meses tem sido quase sempre Jonas Gonçalves, um garimpeiro incansável que se diz “muito feliz” por descobrir “novos projectos e artistas” como quem descobre pedras preciosas. “Ver o Jaime Miguel, que tem produzido bastante e bem, a subir a um palco pela segunda vez e a fazer crer que o tinha feito todos os dias no último mês. Descobrir o mundo musical de Ourém, que não tem fim, em qualidade e diversidade. E procurar fazer esse trabalho constantemente, com o desejo de ver novos trabalhos a ‘sair da gaveta’ nos próximos tempos”.
Nos últimos “dois ou três anos” surgiram “bastantes e bons projectos na região”, realça o responsável pela promotora Ya Ya Yeah, e, depois de sucessivos intervalos forçados pela pandemia, os músicos de Leiria e dos concelhos vizinhos “têm muito material novo para testar e apresentar ao vivo”.
Numa indústria em que o acesso a meios que impulsionam a criação é cada vez mais fácil, também por cá se “procuram novos sons, novas abordagens”, ou seja, os autores “têm menos necessidade de seguir modelos de canção formatados”, avalia Jonas Gonçalves. “Não têm qualquer pudor em arrastar as mais diversas influências para a sua obra. Há uma liberdade entusiasmante”.
Entretanto, no Texas Bar, as portas continuam abertas. Este sábado, estão anunciados concertos do conimbricense Victor Torpedo e do trio Jimi Buzz, de Ourém.