– Já não há paciência… para tanta tecnologia, gadjets e aps e cenas que tornam as nossas vidas mais agradáveis e divertidas mas que só aumentam a nossa necessidade de consumir, ao mesmo tempo que nos transformam em gatinhos de sofá. Entretém-te filho, entretém-te…
– Detesto… andar distraído ao ponto de aceitar fazer coisas para as quais sei que não tenho jeito nenhum. Como pensar e escrever sobre algumas coisas que acho importante que sejam ditas. Em pouco tempo forma-se uma tal concentração de coisas no meu pensamento que se torna demasiado penoso seleccionar e ordenar palavras para construir meia dúzia de frases aceitáveis.
– A ideia… de aprovar e construir parques de estacionamento, descurando a infiltração da água no solo ocupado e sem prever a plantação de uma única árvore é um absurdo!
– Questiono-me se… as pessoas que aprovam as obras de arte pública que aparecem nesta cidade, o fazem porque gostam mesmo muito daquilo e desejam proporcionar-me momentos de prazer estético, se o fazem para agradar aos amigos artistas, ou se o fazem apenas por maldade.
– Adoro… o campo, as árvores e as flores, mergulhos no mar, jaquinzinhos com arroz de tomate e imperial na esplanada em boa companhia.
– Lembro-me tantas vezes… que poderia ser tão bom (e talvez não seja assim tão caro) se a zona envolvente do estádio de Leiria fosse arborizada. Como se faz nas cidades, não é? Em 2004 construiu-se um estádio e um super parque de estacionamento/de eventos sem plantar uma única árvore!
– Desejo secretamente… que alguém leia isto e na pior das hipóteses diga um “está bem, sim senhora”.
– Tenho saudades… dos 15 dias de Setembro que passava na Nazaré, nos anos 80, com tias, tios, primos e primas e por vezes os pais. De me sentar no café a ler o Blitz, a rir e a beber com amigos. De vaguear por Lisboa… De frequentar o Cinema Paraíso e de toda a intensidade que ali existia.
– O medo que tive… quando se começou a falar da exploração de lítio em Portugal, não se compara com o que tenho actualmente. Vai ser uma catástrofe ambiental e social para um território imenso, com consequências nefastas que se prolongarão por muito tempo, mesmo nas zonas mais afastadas. E os benefícios, se os houver, não vão durar 10 anos. É urgente reduzir o consumo, aprender a viver com menos.
– Sinto vergonha alheia… em certas e determinadas ocasiões. É um facto, mas agora não me lembro de nenhum exemplo para provar isto. Peço desculpa. Estou até um pouco envergonhado.
– O futuro… preocupa-me, mas procuro ter esperança… Mas a estupidez crónica que não nos larga, deita-me um bocado abaixo.
– Se eu encontrar… o Tom Waits não vou conseguir dizer-lhe nada de jeito e não é por causa do meu inglês medíocre. E vou ficar com pena porque é um gajo que admiro bastante.
– Prometo… que vou tentar melhorar o meu inglês e a minha forma de expressão.
– Tenho orgulho… de algumas coisas que fiz e, sobretudo, da forma como as consegui fazer e de ter escolhido não fazer outras.