“Trazer cá um artista como é o Branko, que, se olharmos para o calendário dele, vai a um Paredes de Coura e a mais dois ou três sítios sempre com alguma relevância, e depois, no meio, vemos o nosso festival, obviamente é algo que sabe muito bem”, reconhece o director do Ti Milha, David Gomes. E, claro, Fogo Fogo, outro projecto em destaque no programa que hoje começa a revelar-se. “Já andávamos atrás deles há algum tempo”.
Durante três dias, 19, 20 e 21 de Julho, no parque de lazer da Ilha, manifesta-se “um acréscimo de 50 por cento” no investimento direccionado para concertos e outras actividades performativas, assumido pela organização com o objectivo de apresentar um cartaz “mais atractivo” e “um misto de qualidade e mediatismo”, explica David Gomes. “Quisemos que fosse perceptível que estamos a tentar subir o nível”.
Campismo gratuito
Nem só de música se faz a festa que decorre inteiramente no concelho de Pombal. “A Tânia Graça, por exemplo, acaba por ser um nome muito relevante”, assinala, sobre a sexóloga e psicóloga, o porta-voz da equipa de voluntários da Arcups, associação que desenvolve o Ti Milha desde a primeira edição, em 2016. “Vai fazer aqui uma conversa connosco à tarde. Ou seja, tudo isso são investimentos da nossa parte e são conquistas, ao mesmo tempo, porque para os conseguirmos ter cá tivemos que os anos todos andar a trabalhar e a tentar evoluir o festival para chegar a esse ponto. Por isso, claro que são uma espécie de mini-vitórias para nós conseguir ter cá esta malta toda no mesmo ano”.
Scúru Fitchádu, Jhon Douglas, Grand Sun, António Cova & Oko Yono, Margô, Thispage (um talento adolescente natural de Pombal) e Semibreves vão ajudar a criar o estado de espírito que a Arcups procura para o parque de lazer da Ilha: “Um ambiente extremamente animado, extremamente festivo”, resume David Gomes, alimentado por “bandas que metam a malta a mexer, a dançar”, desde a electrónica “até ao funaná”.
Com três palcos, e campismo gratuito, a organização espera receber entre 1.600 e 1.800 pessoas por dia. “Algumas alterações” face a 2023 têm em vista “reforçar a quantidade e qualidade do serviço”, incluindo nas zonas de restauração”, adianta o director do festival que ambiciona mostrar a Ilha ao mundo e levar o mundo à Ilha.
Branko na primeira noite
Tatuagens, DJ sets, cinema, exposições, spoken word, teatro (com o Teatro Amador de Pombal a estrear a peça J Elevado a 2), a Feira do Diacho de artes e artigos em segunda mão, oficinas de olaria, dança e serigrafia, um workshop de língua gestual portuguesa, uma aula de tai chi chuan, conversas sobre alimentação, defesa do ambiente e protecção animal, jogos, um torneio de xadrez e um piquenique completam a oferta do Ti Milha em 2024, em que não falta o sarau do Rancho Etno-Popular da Ilha.
“Temos alguns temas que gostamos sempre de ter presentes no festival”, comenta David Gomes. “Tentamos que tenha um carácter de sustentabilidade”, e, por outro lado, “questões sociais, como o feminismo ou a igualdade de género”.
Branko, Grand Sun e Jhon Douglas actuam logo na primeira noite. A abertura do recinto está anunciada para as 18:30 horas.