A 22.ª edição do Valado Jazz – Festival de Jazz de Valado dos Frades começou na terça-feira, dia 30, com um concerto comemorativo do Dia Internacional do Jazz, com Rita Guerra, acompanhada pela Big Band do Município da Nazaré e por Naná Sousa Dias, no Cine-teatro da Nazaré.
Este ano, aquele que é um dos mais antigos certames dedicados à música jazz em Portugal ultrapassa os limites dos concelhos de Alcobaça e Nazaré e terá duas apresentações em Leiria.
"Decidimos abrir o festival geograficamente e juntar actividades pré-festival, para promover e expandir o evento. Há dois anos, iniciámos esse esforço no concelho da Nazaré, marcando dois concertos para aquele município. Este ano, entendemos levá-lo a outros locais, nomeadamente, à nossa capital de distrito", explica o director artístico, Adelino Mota, revelando que o alargamento territorial integra o esforço de candidatura de Leiria a Capital Europeia da Cultura 2027.
A primeira actuação terá lugar no sábado, dia 18 de Maio, a partir das 15:30 horas, quando a Dixie Naza Jazz Band fará um percurso musical/arruada entre o CDIL – Centro de Diálogo Intercultural de Leiria e o Museu de Leiria, com paragens na Praça Rodrigues Lobo, Fonte Luminosa e Jardim Luís de Camões.
A segunda acontecerá no mesmo dia, mas às 18 horas, na Sala do Capítulo, do Museu de Leiria, com a actuação do Trio Bernardes, Silva e Toscano. A passagem por Leiria servirá igualmente para comemorar o Dia Internacional dos Museus.
No sábado seguinte, dia 25, às 22 horas, o Largo do Santuário, no Sítio da Nazaré, recebe um [LER_MAIS] concerto ao ar livre com J. Bird Person, e, no domingo, 26, às 15 horas, a DixieNaza Jazz Band mostra-se na Avenida Marginal da Nazaré. "Já o fizeram no ano passado e resultou muitíssimo bem, com a marginal cheia de gente. Aproveitámos para estabelecer contacto directo com a população e para distribuir panfletos com a programação", explica o director artístico.
O grosso da programação, porém, continuará a ter lugar na casa-mãe do Valado Jazz, na BIR – Biblioteca de Instrução e Recreio, de Valado dos Frades. São seis concertos, cabendo o primeiro, na quinta-feira, dia 30 de Maio, às 22 horas, a Marta Hugon. Nas semanas seguintes, à quinta-feira, à sexta-feira e sábado, os concertos sucedem-se na sala da BIR.
Sábado, 18 de Maio ,
às 15:30 horas
Dixie Naza Jazz Band – Percurso entre o CDIL (Centro de Diálogo Intercultural de Leiria) e o Museu de Leiria, com paragens na Praça Rodrigues Lobo, Fonte Luminosa e Jardim Luís de Camões.
Vítor Guerreiro, trompete;
Nuno Mendes, soprano;
Daniel Vinagre, saxofone;
Élio Fróis, trombone;
Celso Batista, sousafone;
Márcio Silvério, banjo;
Vítor Copa, bateria.
18 horas
Sala do Capítulo do Museu de Leiria
Trio Bernardes, Silva, Toscano
Daniel Bernardes, piano;
Joel Silva, bateria, percussões várias;
Ricardo Toscano, saxofone alto, clarinete e clarinete baixo.
Terça-feira, dia 21 de Maio,
às 16 horas
Escola Secundária Dona Ines de Castro (Alcobaça)
Palestra-pop Rock vs. Jazz, por Adelino Mota
Sábado, 25 de Maio,
22 horas
Largo do Santuário, no Sítio da Nazaré
J. Bird Person
André Ramalhais, trombone;
Evandro Capitão, trompete;
Tiago Baptista, vibrafone e teclas;
Pedro Molina, contrabaixo;
Luís Lane, bateria.
Domingo, 26 de Maio,
às 15 horas
Avenida Marginal da Nazaré
DixieNaza Jazz Band
Vítor Guerreiro, trompete;
Nuno Mendes, soprano;
Daniel Vinagre, saxofone;
Élio Fróis, trombone;
Celso Batista, sousafone;
Márcio Silvério, banjo;
Vitor Copa, bateria.
Quinta-feira, 30 de Maio,
às 22 horas
Sala da BIR
Marta Hugon
Marta Hugon, voz;
Mário Delgado, guitarra;
Ana Cláudia Serrão, violoncelo;
João Hasselberg, contrabaixo;
Joel Silva, bateria.
Sexta-feira, 31 de Maio,
às 22 horas
Sala da BIR
E Depois… Quinteto de Pedro Nobre
Pedro Moreira, saxofone tenor;
Nuno Costa, guitarra;
Pedro Nobre, piano;
António Quintino, contrabaixo;
Pedro Felgar, bateria.
Sábado, 1 de Junho,
às 22 horas
Sala da BIR
Entre Paredes
Sexteto Bernardo Moreira
João Moreira, trompete;
Tomás Marques, saxofone alto;
Ricardo Dias, piano;
Gonçalo Neto, guitarra;
Bernardo Moreira, contrabaixo;
Joel Silva, bateria.
Quinta-feira, 6 de Junho, às 22 horas
Sala da BIR
Sexteto Mário Santos – Bloco A6
Mário Santos, saxofones;
João G. Ferreira, saxofones;
Ricardo Formoso, trompete,fliscorne;
Miguel Moreira, guitarra;
António A. Aguiar, contrabaixo;
Marcos Cavaleiro, bateria.
Sexta-feira, 7 de Junho,
às 22 horas
Sala da BIR
Eduardo Cardinho In Search of Light
Eduardo Cardinho, vibrafone;
Ben Van Gelder, saxofone alto;
João Barradas, acordeão midi;
André Rosinha, contrabaixo;
Bruno Pedroso, bateria.
Sábado, 8 de Junho, às 22 horas
Sala da BIR
Move String Quartet
Gerður Gunnarsdóttir, violino;
Marie- Theres Hartel, viola;
Susanne Paul, violoncelo;
Carlos Bica, contrabaixo..
"O Valado Jazz é, por via das suas 22 edições, um dos principais eventos do cartaz jazzístico nacional. Há muitos anos que a qualidade está reconhecida, temos o apoio da Direcção-Geral das Artes – e somos o único festival de jazz da região Centro a consegui-lo. É preciso ter conhecimento, saber fazer e historial para que isto aconteça. Hoje é um festival incontornável porque tem credibilidade. Quando me perguntam se os grupos que estão no cartaz são bons, só posso responder: 'se não fossem, não iriam ao Valado Jazz'", afirma o director artístico e fundador do evento.
Instado então a apontar os grupos favoritos na edição deste ano, Adelino Mota limita-se a dizer que são todos seus favoritos e que destaca todos. "É recorrente perguntarem-me isso, mas se insistem, acabo sempre por referir aquele que será a formação menos conhecida e que é uma das nossas apostas. Se todos os grupos são bons e se já há algum eco acerca deles, aconselho a irem ouvir aqueles que não conhecem, porque a nossa função é dar a conhecer outras novas propostas musicais", brinca.
Este ano, a honra de ser o menos conhecido em terras lusas cabe a uma formação estrangeira que se apresenta sob a forma de um quarteto de cordas e que, por isso mesmo, foge completamente aos parâmetros instituídos da formação jazzística. "No sábado, dia 8 de Junho, às 22 horas, na Sala da BIR, o Move String Quartet, que se formou em Berlim, junta Gerður Gunnarsdóttir, no violino, Marie-Therese Hartel, na viola, Susanne Paul, no violoncelo, e Carlos Bica, no contrabaixo. É uma formação e uma musicalidade sui generis e incrível. Viram, em 2018, o seu último disco a ser premiado, na Alemanha."
Desde 2017, que o Valado Jazz passou a ser um festival com carácter internacional. Antes, as formações presentes eram exclusivamente nacionais.